Em homenagem ao seu 10º aniversário, o Prêmio Curry Stone Design reconhecerá um grande grupo de escritórios de arquitetura socialmente conscientes e ativos com o título que a Fundação chamou de Círculo de Design Social.
Ao longo do ano, 100 escritórios, empresas, estúdios e firmas de arquitetura serão adicionados ao Círculo pelo seu trabalho de arquitetura sustentável, socialmente inclusivo e impactante, sob doze temas específicos. Cada mês, o trabalho dos escritórios selecionados será destacado individualmente no site do Prêmio, ganhando destaque também no novo podcast da Fundação de Curry Stone, Social Design Insights.
Os sete exemplos seguintes foram selecionados para o mês de fevereiro, em resposta ao tema "O direito à moradia é real?":
Asian Coalition for Housing Rights (ACHR)
Fundada em 1988, em resposta aos despejos anteriores aos Jogos Olímpicos de Verão na Coréia do Sul, a Asian Coalition é um grupo de ONGs, arquitetos e engenheiros que se esforça por obter moradia decente para comunidades empobrecidas. Vendo a habitação como uma necessidade humana fundamental, a coligação trabalhou em 215 cidades na Ásia para ajudar a solucionar os problemas enfrentados pelas comunidades de todas as escalas, em face da rápida urbanização. Entre os projetos recentes estão a Coalizão Asiática para o Programa de Ação Comunitária (ACCA), que ajuda os mais carentes na gestão de seus próprios desenvolvimentos, reconhecendo assim as habilidades de projeto e planejamento das comunidades locais empobrecidas.
David Baker
O escritório de São Francisco, David Baker Architects, é especializado em reutilização adaptativa, habitação acessível e construção verde. Desde 1982, a empresa tem projetado mais de 10.000 unidades habitacionais, que inclui 6.000 unidades acessíveis na área da Baía de São Francisco, recebendo um reconhecimento considerável em mais de 250 prêmios. A filosofia do DBA prega uma abordagem transparente para a habitação social, com a intenção de unir todos os membros da comunidade e seu correspondente espectro sócio-econômico, ao contrário de criar estigmas e barreiras através de ameaças percebidas que são freqüentemente associadas com habitação de apoio.
Breaking Ground
Anteriormente conhecido como Common Ground, Breaking Ground tornou-se o maior provedor de alojamentos de apoio dos Estados Unidos, oferecendo uma variedade de amenidades, além de abrigo, como treinamento profissional, aconselhamento sobre drogas e álcool e apoio social. A organização pretende abordar a questão da reincidência, na qual as famílias são frequentemente despejadas dos abrigos o mais rápido possível. Desde o seu início, Breaking Ground reconheceu a natureza multifacetada da falta de moradia e, assim, conseguiu muito sucesso em proporcionar estabilidade através de casas permanentes para as famílias.
Jonathan Kirschenfeld
A empresa sediada em Nova York, Jonathan Kirschenfeld Architects PC, é especializada em projetos urbanos sustentáveis do ponto de vista ambiental e social, muitos dos quais foram realizados como uma combinação de moradias solidárias e serviços sociais para combater a falta de moradia crônica em Nova York. A empresa foca especificamente na reutilização de terrenos subutilizados em áreas cívicas dedicadas ao desenvolvimento privado, a fim de revitalizar os bairros. Kirschenfeld é também o fundador do Instituto de Arquitetura Pública, uma organização sem fins lucrativos que defende a arquitetura socialmente responsável através da pesquisa.
Lacaton & Vassal
A Lacaton & Vassal, conhecida pela sua renovação dos empreendimentos de construção do pós-guerra, iniciou a sua prática com a publicação PLUS: Habitação de Grande Escala - um caso excepcional, um manifesto que se opõe à demolição dos blocos sociais de habitação, pretendida pelo governo francês. Desde então, a empresa com sede em Paris, tem promovido as vantagens de reorientar, em vez de demolir a arquitetura, como uma alternativa sustentável e ecológica para a nova construção. O seu trabalho continua a opor-se à gentrificação fervorosa da cidade e inclui a restauração de complexos habitacionais modernistas em Paris, Saint-Nazaire e Bordeaux.
Kraftwerk1
Formada como resultado de várias crises imobiliárias que afetaram Zurique nas décadas de 80 e 90 que levaram a despejos forçados de cidadãos, Kraftwerk1 é uma derivação lógica do utopista "bolo'bolo" ou "tribo". A organização é um elemento-chave no trabalho do coletivo de design, que muitas vezes ganha acesso à terra em áreas indesejadas da cidade depois de acordos de corretagem com os proprietários que procuram se livrar dos terrenos vagos. Embora os projetos Kraftwerk1 tenham sido projetados por diferentes arquitetos, todos eles oferecem aos inquilinos várias comodidades compartilhadas, como jardins de infância, restaurantes e lojas.
L’Oeuf Architects
Este é um escritório amplamente conhecido por suas conquistas em arquitetura sustentável e renovação urbana, ao mesmo tempo em que adota uma filosofia focada em um equilíbrio entre acessibilidade, eficiência ecológica e detalhes arquitetônicos. O trabalho de L'Oeuf investiga a relação entre a ocupação de um edifício pelo usuário e o ambiente ao redor, em uma variedade de escalas. Projetos recentes incluem os esforços bem-sucedidos da empresa no Benny Farm em Notre-Dame de Grace, que é o primeiro projeto de renovação comunitária subvencionado pelo governo para habitação verde e acessível. Estes esforços foram documentados em um livro recentemente publicado, Community-Inspired Housing in Canada .
Cada empresa apresentará em fevereiro episódios no podcast Social Design Insights, hospedados pelo diretor do Prêmio, Emiliano Gandolfi e o autor, arquiteto e especialista em pós-desastre, Eric Cesal. Os doze tópicos a seguir serão discutidos no podcast, ao longo do ano:
- Janeiro: Os arquitetos devem ser fora da lei?
- Fevereiro: O direito à moradia é real?
- Março: O projeto arquitetônico pode combater a desigualdade?
- Abril: A arquitetura pode prevenir o desastre?
- Maio: Podemos projetar o envolvimento da comunidade?
- Junho: A arquitetura pode recuperar o espaço público?
- Julho: Podemos projetar uma cidade informal amigável?
- Agosto: Como projetamos frente a escassez?
- Setembro: O que o projeto pode fazer para promover a paz?
- Outubro: Uma cidade pode funcionar como um ecossistema?
- Novembro: O projeto cria a política ou vice-versa?
- Dezembro: Como democratizamos a arquitetura?
Mais informações sobre o prêmio e sobre os destinatários deste mês podem ser encontradas no site do Prêmio Curry Stone Design, aqui.
Notícias via: Curry Stone Design Prize.